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Vivência da Sexualidade em Pessoas com Deficiência Intelectual

admin
maio 7, 2019 PSICOLOGIA 0 Comment

“A Expressão e a Vivência da Sexualidade em Pessoas com Deficiência Intelectual”. Tema este que nos ajudará a remeter uma reflexão através do estudo da sexualidade como elemento em constante questionamento, porém o questionamento aqui será dinâmico, interativo e investigativo.

Como link, convido-os para um livro admirável, O Alienista, de Machado de Assis. Um livro originalmente publicado entre 1881 e 1882, Século XVII. A história conta-nos sobre a diferente perspectiva em se falar da loucura para esta época.

Dr. Bacamarte após conquistar respeito em sua carreira de médico na Europa e no Brasil, retorna à sua terra-natal, Itaguaí, para se dedicar ainda mais a sua profissão. Após um tempo na cidade, casa-se com a já viúva D. Evarista, uma mulher por volta dos vinte e cinco anos e que não era nem bonita e nem simpática. O médico a escolheu por julgá-la capaz de lhe gerar bons filhos.

Dr. Bacamarte resolve se dedicar aos estudos da psiquiatria e constrói na cidade um manicômio chamado “Casa Verde” para abrigar todos os loucos da cidade e região. Em pouco tempo o local fica cheio e ele vai ficando cada vez mais obcecado pelo trabalho. No começo os internos eram realmente casos de loucura e a internação aceita pela sociedade, mas em certo momento Dr. Bacamarte passou a enxergar loucura em todos e a internar pessoas que causavam espanto. A primeira delas foi o Costa, homem que perdeu toda sua herança emprestando dinheiro para os outros, mas não conseguia cobrar seus devedores. A partir daí diversas outras personagens seriam internadas pelo alienista.

Enquanto essas internações vão se sucedendo e deixando a população da cidade alarmada, D. Evarista encontra-se em uma viagem pelo Rio de Janeiro. Ela havia ficado muito deprimida pela falta de atenção que o marido lhe dava, quase voltando a se sentir uma viúva novamente, e ganhara do Dr. Bacamarte uma viagem para conhecer o Rio. Todos na cidade viam na volta de D. Evarista a solução para as inesperadas internações feitas pelo alienista. Porém, mesmo após ela retornar à cidade o Dr. Bacamarte continuou agindo da mesma forma.

Porfírio, no entanto, movido por sua ambição de chegar ao poder, consegue armar a Revolta dos Canjicas (o barbeiro era conhecido por “Canjica”). A população se move até a casa do Dr. Bacamarte para protestar, mas é recebida por ele de forma muito equilibrada e racional. Por um momento parecia que a fúria do povo havia sido controlada, mas a população se revolta novamente quando o alienista lhes dá as costas e volta a seus estudos. É quando a força armada da cidade chega para tentar controlar a população. Porém, para a surpresa de todos, a polícia se junta aos revoltos e Porfírio se vê em uma posição poderosa como líder da revolução. Resolve, então, dirigir-se até a Câmara dos Vereadores para destituí-lo. Agora com plenos poderes, Porfírio chama o Dr. Bacamarte para uma reunião, mas ao invés de despedi-lo junta-se a ele e assim as internações continuam na cidade.

Dias depois, 50 apoiadores da Revolução dos Canjicas são internados. Outro barbeiro, o João Pina, levanta-se contra e arma uma confusão tão grande que Porfírio é deposto. Mas a história se repete e o novo governo também não derruba a Casa Verde. Pelo contrário, fortalece-a. As internações continuam de forma acelerada e até D. Evarista é internada após passar uma noite sem dormir por não conseguir decidir que roupa usaria numa festa.

Por fim, a cidade encontrava-se com 75% de sua população internada na “Casa Verde”. O alienista, percebendo que sua teoria estava errada, resolve libertar todos os internos e refazer sua teoria. Ele havia proposto na Câmara uma lei que impedia os vereadores de serem internados. Assim, as internações continuaram na cidade. Outras pessoas, porém, são consideradas curadas ao apresentarem algum desvio de caráter. Após algum tempo, o Dr. Simão Bacamarte percebe que sua teoria mais uma vez estava incorreta e manda soltar todos os internos novamente. Como ninguém tinha uma personalidade perfeita, exceto ele próprio, o alienista conclui ser o único anormal e decide trancar-se sozinho na “Casa Verde” para o resto de sua vida, dezessete meses  depois, vem a falecer.

Assim, como a loucura, abordado no século XVII, pelo Alienista, a sexualidade, por muito tempo, foi considerada um tema repleto de ressalvas. Mas, com o avanço das pesquisas realizadas na ciência, podemos fazer mais aprofundamento sobre a sexualidade dos deficientes intelectivos, como algo não desconhecido, mas como reflexivo, investigativo e um processo interativo entre família, Pacientes Identificados, Cuidadores, Instituições de forma ampla.

A sexualidade ampla, independentemente de se ter ou não uma deficiência, existe e se manifesta em todo ser humano. O erotismo, o desejo, a construção de gênero, os sentimentos de amor, as relações afetivas e sexuais, são expressões potencialmente existentes em toda pessoa, também naqueles que têm deficiências  (DANIELS, 1981; ANDERSON, 2000; MAIA, 2001; BLACKBURN, 2002; KAUFMAN, SILVERBERG, ODETTE, 2003; COUWENHOVEN, 2007; SCHWIER; HINGSBURGER, 2007).

As expressões da sexualidade são múltiplas e variadas tanto para deficientes como para não-deficientes. Não se é possível determinar se a vida de todas as pessoas terá vida sexual e afetiva plenamente feliz. Dificuldades e facilidades vão existir para todos. Não devemos rotular ou estigmatizar que a pessoa com deficiência intelectiva não tem potenciais. Todos os aspectos do Deficiente Intelectivo têm que se levar em consideração o contexto social, educacional, econômico, no qual está inserido.

Quando generalizamos, colocamos regra geral a respeito da sexualidade de pessoas com deficiência e estamos determinando que a pessoa sempre será atípica ou infeliz. Se assim o fazemos, essas ideias são motivadas em estereótipo sobre o deficiente, que são mantidas por crenças errôneas que o colocam como alguém incapaz e limitado.

O conceito de sexualidade foi usado no século XIX para se referir a saberes sexuais decorrentes dos estudos sobre os significados das práticas sexuais que foram construídas culturalmente (CHAUI, 1985; FOUCAULT, 1988; MOTTIER.

Aqui podemos dizer que toda a manifestação do desejo e sua representação vem das relações que envolvem o afeto, a comunicação, a gratificação libidinosa e vínculo afetivo entre as pessoas e cuja expressão depende de influências culturais, da sociedade e da família, por meio de crenças morais, envolvendo ainda questões religiosas, políticas e outras.

Aqui a sexualidade humana refere-se aos sentimentos, atitudes e percepções relacionadas à vida sexual e afetiva das pessoas; implica expressões de valores, emoções, afeto, gênero e também práticas sexuais e é essencialmente histórica e social.

Mas as pessoas de uma forma geral pensam que a sexualidade normal e feliz deve estar separada do contexto social, econômico e cultural. Porém todo esse processo tem desdobramento em diferentes meios: na televisão, nas propagandas, nas telenovelas, nas narrativas, na literatura, nos jornais, nos discursos, na música, dentre outros. Atrelado a isso temos a sexualidade como a continuidade da beleza, estética, desempenho físico, função sexual, gênero, saúde. Do mesmo modo, a sexualidade, a deficiência é um fenômeno socialmente construído.

Os mitos sobre a sexualidade e deficiência referem-se às ideias, discursos, crenças, inverdades, que são ideológicas (origem das ideias humanas) e que existem para manter e reproduzir as relações de dominação de uns sobre os outros. (HIGHWATER, 1992; NUNES FILHO, 1994; FURLANI, 2003).

O que são os mitos? Conjunto de ideias preconceituosas e limitadas, em geral, crenças reproduzidas sem fundamento, apenas baseadas em preceitos e atribuídas a um grupo específico em uma determinada condição.

O que devemos fazer com os mitos? Conhecer e esclarecer ideias errôneas, que neste caso prevalece o entendimento sobre sexualidade de pessoas com deficiência. Isso é uma tarefa importante, porque essas crenças podem afetar a todos, quando por meio delas se incentivam as relações de discriminação e de dominação ocorrer entre não deficientes sobre os deficientes, entre homens com deficiências sobre mulheres com deficiência, entre pessoas com deficiências menos comprometedoras sobre as que tem maior comprometimento.

Com que tem a ver a reprodução dos mitos? Com o medo que as pessoas têm diante do estigma da deficiência, a partir de um corpo marcado pela deficiência e fragmentado pela imperfeição que se desvia tanto dos padrões de normalidade vigentes, colocando a pessoa na condição de vulnerável.

O preconceito materializa um mecanismo de defesa diante do encontro entre as pessoas quando um é a ameaça ao outro, por ser algo novo, diferente e temeroso. O indivíduo preconceituoso fecha-se em suas opiniões, o que impede de conhecer efetivamente aquilo que ele teme.

Mito 1. Pessoas com deficiência são assexuadas: não têm sentimentos, pensamentos e necessidades sexuais:

Há uma ideia geral de que pessoas com deficiências são assexuadas e isso está diretamente relacionado com a crença de que essas pessoas são dependentes e infantis e, portanto, não seriam capazes de usufruir uma vida sexual adulta (FRANÇA-RIBEIRO, 2001; DENARI, 2002; KAUFMAN; SILVERBERG; ODETTE, 2003; SHAKESPEARE, 2003; GIAMI, 2004; MAIA, 2006).

O olhar para o deficiente como alguém infantil é muito comum, porque em geral, relacionam-se à dependência dos aspectos como imaturidade emocional e a infantilidade, pode-se ter a idade avançada, aspectos cognitivos íntegros, sentimentos de desejo sexual, mas se for preciso ajuda para se alimentar ou se limpar, essa pessoa é considerada pelos outros como criança.

Na verdade, até mesmo na infância, a sexualidade não pode ser negada ou omitido no sentido libidinal porque ela existe desde o nascimento e, portanto, mesmo que se considerasse o deficiente como alguém infantil, ainda assim, ele seria uma pessoa dotada da sexualidade.

Ao considerar a pessoa com deficiência como alguém não dotado de sexualidade, negligenciam-se os cuidados contra situações de abuso e se omitem a essas pessoas o direito de acesso a orientação/ educação sexual. Isso é um grave equívoco que tem levado os índices de violência, de gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. As pessoas com deficiências são mais facilmente vítimas de violência sexual do que aqueles que não vivem com deficiências. Em alguns casos registrados, o poder abusivo dos cuidadores, a falta de punição para os agressores e o silêncio nas instituições, são situações que podem agravar e aumentar a ocorrência de estupro ou de outras formas de violência nas instituições.

MITO 2. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SÃO HIPERSSEXUADAS: SEUS DESEJOS SÃO INCONTROLÁVEIS E EXACERBADOS. A EXPRESSÃO SEXUAL EXPLÍCITA PARA QUEM TEM DEFICIÊNCIA É UMA PERVERSÃO

Os deficientes de uma forma geral, diante do sexo, recebem poucas informações sobre sexualidade e têm poucas oportunidades de socialização, a expressão inadequada dos desejos sexuais nas pessoas com deficiência, a sexualidade é percebida de forma rude e que não corresponde as regras sociais.

O sexo parece que só se torna uma necessidade quando envolve um casal (as escolhas sexuais), vinculado ao amor romântico e à procriação. Se há uma deficiência que impõe dificuldades, porque haveria a necessidade de se buscar e desejar o sexo?

Do mesmo modo, aqueles que têm deficiência e insistem em expressar seus desejos sexuais são tomados como pervertidos ou atípicos. A crença que essas pessoas não têm sexualidade, é tanta, que mesmo entre aqueles que consideram existente a sexualidade não inclui as pessoas com deficiência no rol dos que têm vida sexual ativa (EXCLUSÃO). Como consequência disso, não se imagina que as pessoas com deficiência são vulneráveis ao contágio de doenças sexualmente transmissíveis ou ao envolvimento em crimes sexuais.

Ao mesmo tempo que essas perversões não são imaginadas ao deficiente, ele mesmo pode ser visto como perverso e atípico, apenas por expressar seu desejo sexual.

MITO 3. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SÃO POUCO ATRAENTES, INDESEJÁVEIS E INCAPAZES DE CONQUISTAR UM PARCEIRO AMOROSO E MANTER UM VÍNCULO ESTÁVEL DE RELACIONAMENTO AMOROSO E SEXUAL

As mensagens ideológicas relacionadas ao sexo divulgam-no como um direito exclusivo das pessoas jovens e bonitas. Os padrões definidores de normalidade sexual impõem um sexo que envolve protagonistas de corpo perfeito, magro, esbelto, que tenham boa saúde, etc, mas esses padrões existem para todos nós e prejudicam a todos. (WEREBE, 1984; MOURA, 1992; AMARAL, 1995; SALIMENE, 1995; PINEL, 1999; ANDERSON, 2000; BAER, 2003; SHAKESPEARE, 2003; MAIA, 2006, SCHWIER; HINGSBURGER, 2007).

A possibilidade de encontrar um parceiro sexual e amoroso parece depender de se corresponder a modelos de estética e de desempenho, mas isso não impede que pessoas com deficiência possam se relacionar amorosamente de modo satisfatório e gratificante.

Para muitas pessoas a deficiência se sobrepõe à questão sexual, como se o corpo deficiente aparecesse antes do sexual e inviabilizasse a satisfação da sexualidade própria.

É claro, que em algumas situações a pessoa com deficiência precisa de suportes, como usar aparelhos e ou realizar procedimentos de esvaziamento de bexiga e esfíncter, para viver com certa independência no cotidiano, ou mesmo para vivenciar um momento de intimidade e contato físico e sexual. Porém, o fato de você ter uma parte do corpo não funcional, não impede que os vínculos amorosos e sexuais possam ocorrer.

Se toda a sociedade alimenta um estigma de que alguém com deficiência é merecedor de piedade, a própria pessoa com deficiência é tentada incorporar esse preconceito em si mesmo, o que aumenta seus sentimentos de desvalia. Diante desses sentimentos de inadequação esquece-se que a pessoa é, antes de tudo, um ser humano e que a deficiência é incorporada a identidade pessoal. Não se ama a deficiência, mas o sujeito com deficiência.

Os membros familiares também são atingidos pelos preconceitos sociais que tangem as pessoas com deficências e se tornam importantes mediadores para ajudar o membro com deficiência a enfrentar os desafios e dificuldades.

Autores e estudiosos compartilham do argumento de que a família também tem representações sobre a sexualidade do deficiente e tanto pode facilitar os relacionamentos interpessoais incentivando a independência e a socilização do membro famiiar deficiente, como também pode prejudicá-lo , superprotegendo-o, isolando-o e, portanto, negando a ele a possibilidade de viver vínculos afetivos diversos, o que alimenta ainda mais os preconceitos sociais já existentes.

MITO 4. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NÃO CONSEGUEM USUFRUIR O SEXO NORMAL QUE É ESPONTÂNEO E ENVOLVE A PENTRAÇÃO SEGUIDA DE ORGASMO, POR ISSO, SÃO PESSOAS QUE TEM SEMPRE DISFUNÇÕES SEXUAIS RELACIONADAS AO DESEJO, A EXCITAÇÃO E AO ORGASMO.

A deficiência pode até comprometer alguma fase da resposta sexual, mas isso não impede a pessoa de ter sexualidade e de vivê-la prazerosamente (SALIMENE, 1995; PINEL, 1999; PUHLMANN, 2000; BAER, 2003; KAUFMAN;SILVERBERG; ODETTE, 2003; MAIA, 2006)

Neste caso temos a religião na cultura ocidental, que herda as regras repressivas, culpando o sexo que visa apenas o prazer e não a reprodução e condenando ato como masturbação, as relações homossexuais, o orgasmo e o desejo acentuado das mulheres, assim as disfunções hormonais acabam sendo comuns justamente por conta da intensa repressão sexual, de diversas formas.

As disfunções femininas, quanto as masculinas, em geral, podem representar sentimento de culpa relacionados ao sexo-prazer, uma história repressiva e moralista em relação à sexualidade, a afetividade e à vida sexual, que por certo, dificultam o aprendizado de sensações satisfatórias em relação ao corpo, independentemente de se tratar ou não uma pessoa com deficiência.

Na mesma direção também há uma crença no sexo ideal. A regra idealizada de um sexo funcional e normal pode ser compreendida a partir da observação de diversos filmes: mulheres e homens sempre disponíveis para o sexo, beijos e penetração de todos os tipos, diferentes posições e um orgasmo simultâneo. Além de nenhuma dificuldade de aparecer na relação sexual normativa e idealizada, também se prioriza a penetração e o orgasmo.

Muitas pessoas cultivam mensagens negativas sobre o sexo sem penetração ou falta de orgasmo. Isso tanto alimenta o sentimento de compaixão como o sentimento de inadequação daqueles que por necessidades ou desejo, não podem ou escolhem não ter relações sexuais, ou daqueles que precisam satisfazer-se por meio da masturbação pela dificuldade em viabilizar relações sexuais ou pela dificuldade de se relacionar sexualmente com penetração, a partir da ideia de se viver um sexo incompleto/ e ou infeliz.

Outro conceito normativo comum é ideia de que o sexo é uma atividade espontânea, algo que vem naturalmente como o amor verdadeiro. Isso também afeta a todos que buscam a satisfação sexual a partir de modelos idealizados e midiáticos.

Temos dificuldades em reconhecer no cotidiano que o sexo é incluir um aprendizado, no caso de pessoas com deficiência intelectiva que, muitas vezes, para as relações sexuais, precisam realizar o planejamento e as adequações do ambiente e isso se torna um problema ainda maior porque nessas condições o sexo não será nunca espontâneo; isso, no entanto, não inviabiliza a possibilidade de sentimentos de prazer e satisfação sexual.

Sexualidade, portanto, é social e cultural. Aprende-se, em diferentes culturas, o sentido do prazer, do desejo, do erotismo humano e damos significados diferentes para o que se define como amor, fidelidade, casamento, paquera, etc. em todas essas situações de erotismo humano, reproduzem as concepções sociais internalizadas.

A própria sociedade dificulta a possibilidade de pessoa com deficiência de exercerem a sexualidade porque não disponibiliza igualmente para todos as oportunidades de privacidade. O diálogo é pouco e não se conhece, nem se preocupa ouvir, suas necessidades, desejos relacionados à vida como todo e, principalmente a sexualidade.

Há também no imaginário social uma ideia de que os coisas ruins só aconteceriam para pessoas ruins, como contrair uma grave doença, sofrer um acidente ou ter um sério problema, porque elas mereciam. Afastar a possibilidade de um sexo prazeroso acaba sendo uma crença incorporada pelo próprio sujeito com deficiência que acredita que ele não pode gozar de uma vida sexual efetiva como os demais, porque não a merece.

MITO 5. A REPRODUÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA É SEMPRE PROBLEMÁTICA PORQUE SÃO ESTÉREIS, GERAM FILHOS COM DEFICIÊNCIA E OU NÃO TEM CONDIÇÕES DE CUIDAR DELES.

Em muitos casos, a deficiência pode prejudicar a vida reprodutiva, havendo redução da fertilidade ou problemas correlacionados, mas a infertilidade não torna nenhum ser humano assexuado e nem impede a possibilidade de manter vínculos afetivos e sexuais prazerosos e satisfatórios (SALIMENE, 1995; PINEL, 1999; AMOR PAN, 2003; SHAKESPEARE, 2003; MAIA, 2006).

De qualquer forma, muitos casos não deficientes também tem dificuldades para ter filhos e podem, assim como as pessoas com deficiência, optar por não ter filhos ou por recorrer à adoção.

Além disso, é importante comentar que nem sempre a deficiência é hereditária. Há casos de filhos de pessoas com deficiência que nascem sem a deficiência e outros em que há probabilidade de descendentes com deficiências. De qualquer forma, o aconselhamento genético poderia ajudar as pessoas na decisão de ter ou não ter filhos.

Em casos de pessoas com deficiência intelectual, a decisão de ter ou não filhos pode ser mais difícil e envolve pais e ou responsáveis. Mas até mesmo nesses casos, poderiam ser incentivadas a ter autonomia e responsabilidade podendo exercer uma vida sexual, prevenindo-se de gravidez não programada e ou do contágio de doenças sexualmente transmissíveis. Aqueles que se julgam mais capazes do que as pessoas com deficiência deveriam se dedicar a processos educativos que ajudariam essas pessoas a usufruírem da vida sexual ativa e saudável, se elas assim o desejaram.

Não é incomum, infelizmente impor às pessoas com deficiência uma vida de abstinência ou submetê-la procedimentos invasivos sem reflexão da família juntamente a pessoa ligada diretamente ao processo. Aqueles que se julgam mais capazes do que as pessoas com deficiência deveriam se dedicar a processos educativos que ajudariam essas pessoas a usufruírem da vida sexual ativa e saudável, se elas assim o desejaram.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

  • Julgamentos preconceituosos;

O modo preconceituoso com que a sociedade lida com a sexualidade de pessoa com deficiência tem a ver com a maneira pela qual, em geral, se tratam das diferenças em relação aos padrões definidores de normalidade.

  • A deficiência e a doença;

A deficiência e a doença sempre foram fenômenos associados à dor, ao sofrimento e à morte e parece difícil diminuir o estigma de desvantagem social que pesa sobre essas pessoas. Parece ser mais fácil a muitos não deficientes, que se colocam no campo da normalidade e da desvantagem social, manter essa diferenciação, o que justifica a manutenção de tantos mitos sobe as dificuldades da sexualidade dessas pessoas distanciando-as do normal. A deficiência está introspectado na identidade social do deficiente, quer seja por valores da família, ou por questões da vida social e afetiva.

Os mitos, portanto, têm sido usados para justificar a segregação de pessoas com deficiências na sociedade.

Esclarecer e refletir sobre questões do preconceito que se relacionam ao corpo com deficiência, sobre os limites subjetivos e objetivos para viver e expressar a afetividade e a sexualidade, parece ser um caminho promissor para contribuir na superação da discriminação social e sexual que prejudica os ideais da sociedade inclusiva.

 

 PARANHOS, Mabel Luzia Cruz. Psicóloga Sistêmica de Casal e Família

 

 

 

 

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